Greve – a realidade do acordo

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Não será fácil o governo cumprir na área econômica o que prometeu para tentar controlar a greve do transporte de carga. O Brasil não é autosuficiente em diesel, isso significa que ele passará a subsidiar um produto que é importado e que pode ser trazido ao país pela Petrobrás ou outras empresas. Não se pode saber antes o custo desse subsídio. Ainda não está claro de onde sairá o dinheiro.

 

O governo anunciava como vitória o fato de que havia uma mudança de 45% dos bloqueios nas estradas. Mas o Brasil ainda vive uma sitUação crítica, com hospitais com carências, supermercados sem produtos, pessoas cancelando seus planos de viagem, combustíveis em falta até em alguns aeroportos etc…
Uma das dificuldades do acordo que o governo assinou é o fato de que outros importadores podem trazer o diesel. Afinal, a importação é livre. E aí, o governo compensaria também outras empresas? O governo também vai subsidiar o importador? Se não subsidiar, faltará óleo diesel. A partir de agora, o estímulo a importação caiu, porque o produto será vendido internamente a um preço mais baixo do que no mercado internacional. Se a Petrobrás tiver que importar diesel, ou ela vai ficar com o prejuízo ou o governo irá subsidiar a sua importação. E isso terá que ser estendido às demais empresas do setor. Ficou tudo mais confuso e desorganizado…
E se normalizasse hoje…
A normalização do abastecimento dos supermercados ainda poderia levar de 5 a 10 dias mesmo no caso de haver o desbloqueio de estradas, segundo a Abras. A entidade informou em nota que ainda não estimou as perdas e prejuízos com a paralisação de caminhoneiros.
“A expectativa da entidade é de que a situação melhore nas próximas horas, para que possamos normalizar o abastecimento da população”, disse em nota. Segundo a mesma, a maioria dos supermercados trabalha com estoque médio de produtos não perecíveis, mas a falta no abastecimento está mais concentrada nos perecíveis.
Sem ração, haverá perda de 1 bilhão de aves
A ABPA diz que a falta de ração nas unidades produtivas pode causar a perda de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos nos próximos dias.
Além disso, estima-se que 152 plantas estão paradas e mais de 220 mil trabalhadores sem exercer suas funções. “O acordo consolidado entre governo federal e caminhoneiros neste fim de semana ainda não surtiu efeito nas estradas. Caminhões com carga viva não são autorizados a transitar. A situação mais grave está no trânsito de ração”, diz a nota da ABPA.
A associação afirma ainda que os produtores que contam com estoques estão fracionando para prolongar ao máximo a oferta do alimento. “A estimativa, entretanto, é de que teriam produto até ontem, dia 28…