Inadimplência depende de empregos e renda

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O número de brasileiros inadimplentes se mostra estável, mas em patamar elevado.

Segundo especialistas, para resolver essa questão, o próximo governo poderá adotar medidas, mas de forma indireta.

Segundo o economista da Serasa Experian Luiz Rabi, o cenário de alto desemprego contribui para a manutenção do número expressivo de pessoas nessa situação. “A taxa de inadimplência só está caindo dentro do sistema bancário. Fora dele, continua subindo, puxando o número de inadimplentes. E esse aumento se dá, principalmente, porque o desemprego não cai. A economia não está conseguindo gerar renda suficiente para que as pessoas consigam pagar ou renegociar suas dívidas” explica.

O último levantamento da Serasa Experian mostrou que o número de pessoas endividadas chegou a 61,8 milhões no mês de junho. Ao mesmo tempo, existem 13 milhões de desempregados no País.

Para Rabi, até agora o atual governo conseguiu estancar a sangria da inadimplência, apresentando estabilidade, mas sem um horizonte de queda, pelo menos no curto prazo. “De forma indireta, o que o próximo governo poderá fazer é colocar o País numa trajetória de retomada do crescimento que consiga reduzir o desemprego e buscar o equilíbrio das contas públicas”, conclui.

O economista-chefe do SPC Brasil, Marcelo Kawauti, concorda que os brasileiros são vítimas dos efeitos da recessão, principalmente no mercado de trabalho, o que se reflete na inadimplência de contas básicas, como água e luz. Para reverter esse cenário, ele defende que o governo eleito priorize políticas públicas que beneficiem o crescimento.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens