Banco Central faz consulta pública para saque e troco com Pix

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Modalidades podem começar a valer no próximo semestre e visam diminuição dos pagamentos em dinheiro.

Banco Central anunciou que está abrindo uma consulta pública para a introdução de duas novas modalidades do Pix: o saque e o troco. De acordo com a autoridade monetária, a medida visa trazer comodidade e segurança ao passo que diminui a quantidade de transações em dinheiro no País.

A consulta pública começa nesta segunda e vai até 9 de junho.

De acordo com o chefe do departamento de competição e estrutura do sistema financeiro do BC (Decem), Angelo Duarte, uma pesquisa do banco feita em 2019 demonstrou que 77% das transações de pagamento são feitas em dinheiro, e dois grandes motivos para isso são a assimetria geográfica e institucional nas ofertas de saques.

“O saque é oferecido de forma assimétrica e há condições limitadas para oferta para saques. Há uma quantidade muito grande de municípios sem a presença de ponto de saques. E nas grandes cidades, a maioria dos pontos de saque serve de forma assimétrica às grandes instituições”, observou o servidor público em coletiva de imprensa online.

Ao terem menos momentos e opções de lugares para sacar dinheiro, as pessoas tendem a sacar mais dinheiro quando a possibilidade aparece. Duarte explica que o Pix Saque faz sentido quando as pessoas têm conforto em sacar pequenos valores por vez, sacando menos dinheiro, por conseguinte.

“Isso vai dar oportunidade para que instituições financeiras menores e de pagamento ofertem meios de pagamento. É um investimento pesado colocar pontos de saque para aquela instituição que está entrando no mercado”, completa o executivo.

Vantagens das modalidades

Carlos Eduardo Brand, chefe adjunto do Decem, frisou as vantagens das modalidades para o varejo às instituições que oferecem o Pix e ao sistema financeiro.

No caso das lojas e estabelecimentos, as modalidades em consulta do Pix contribuem para o aumento no fluxo de clientes, na redução de custo com gestão de numerário e redução de risco de incidentes de segurança. De acordo com ele, ao oferecer as possibilidades de saque e troco, os estabelecimentos e pontos de venda atrairão mais clientes. Como consequência, terão quantidades menores de recursos para enviar a cofres e bancos, fazendo com que trabalhem com volumes menores e transportem valores mais altos com menos frequência.

Às instituições que oferecem o Pix, os benefícios estão na maior capilaridade da rede de saque e na oferta de saque com menor custo, enquanto que ao sistema financeiro as modalidades trazem maior competição e mais opções para instituições com dificuldade em ofertar saque.

Como funciona

As modalidades de saque e troco do Pix funcionam iguais ao Pix normal. Ao exemplificar com um supermercado, Brand disse que o estabelecimento gerará um QR Code para a pessoa que vai fazer o saque ou compra. O aparelho dela lê o código, faz a autenticação e a pessoa obtém o recurso desejado. O mesmo acontece com o troco — à diferença que o usuário recebe o produto que está comprando.

Ambas as modalidades incluem o modo “copiar e colar” em paralelo ao QR Code.

O BC ainda definirá o limite de valor máximo que o usuário poderá sacar por dia, mas por hora este deve ser de até R$ 500.

Pix Saque e Pix Troco: no modelo tradicional de saque, o prestador de serviço de pagamento (PSP) tem uma rede de ATMs. O PSP debita o valor da conta do sacador e este sai com os recursos em espécie. No modelo Pix, o sacador tem um PSP de relacionamento que debita o valor de sua conta e envia para o PSP do agente de saque (supermercado, padaria ou instituição que tenha rede de ATMs própria e que não necessariamente seja um banco). O PSP do agente de saque credita na conta do agente de saque e este entrega o dinheiro ao sacador/ Fonte: BC

Quando começa?

A estimativa para o funcionamento do Pix saque e Pix troco é agosto deste ano — conforme já havia adiantado no ano passado o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

Em novembro de 2020, o BC previa as modalidades para junho deste ano. Na época, 34 milhões de transações eram registradas no Pix. Hoje, são mais de 500 milhões de transações nas mais diferentes faixas econômicas, faixas etárias e regiões do País.