As sanções internacionais, causadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia, fizeram com que a atividade do bitcoin chegasse aos níveis mais altos em quase dois anos.
A adesão não está ligada a um movimento governamental, mas sim por parte dos cidadãos russos, que observaram o rublo cair 30% e recorreram ao criptoativo como reserva de valor.
Com exclusividade ao Jornal Giro News, Vinicius Bitzer, COO da Brasil Bitcoin, conta que a adesão ao dinheiro eletrônico é uma forma de mitigar a exclusão russa do sistema Swift:
“O cidadão russo deposita o rublo em uma corretora, ela converte para bitcoin e depois para dólar. Esta é uma ferramenta útil para, não só proteger o capital, como também participar de um mercado novo que tende a mudar a forma como vemos o dinheiro no mundo”.

Medida Paliativa
Multinacionais ocidentais, como McDonald?s, Shell, BP, Volvo, Nike e Apple, já fecharam operações locais e suspenderam negociações com companhias russas.
Segundo Bitzer, esta debandada das companhias contribui para um prejuízo estrutural da economia russa e o uso dos criptoativos não dribla, totalmente, as sanções.
“A adesão às criptomoedas é uma medida paliativa. A Rússia pode até aderir e tornar o bitcoin o principal ativo do país, mas, no momento, é algo difícil de acontecer, porque o mercado geral foi colapsado em pouco tempo e os criptoativos ainda não estão maduros”, explica o diretor.

Projeções
Na Ucrânia, o uso de criptomoedas e operações de exchanges são legalizadas e, desde o início da guerra, o país recebeu diversas doações internacionais em bitcoin e ethereum.
“Se o cenário da guerra permanecer assim ou se for acalmando, é provável que o mercado de criptoativos se aqueça e, em 1 ou 2 anos, esteja batendo um novo topo histórico”, projeta Vinícius.
Do contrário, se a guerra se intensificar e tiver outros atores, para o COO, os cidadãos russos vão adotar ativos com baixa volatilidade e que tenham passado pela prova do tempo, como o ouro e ativos tradicionais.
“A possibilidade de uma guerra digital ou de ataques hackers é praticamente impossível por conta do blockchain, então é um benefício crucial perceber o aspecto de liberdade que o cidadão possui”, finaliza Bitzer.