A indústria de dermocosméticos vem sofrendo com as faltas de ativos e embalagens que são importados e que hoje podem levar cerca de 120 dias para chegar ao território nacional.
Tudo começou com a pandemia, mas os motivos informados pelos fornecedores são diversos: dificuldade para encontrar e comprar insumos, demora nas importações por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, e cargas direcionadas para o “Canal Vermelho” (local onde a carga passa por uma conferência minuciosa dos documentos e da mercadoria.
A Dermatus, especializada na manipulação de formulações de uso tópico e no desenvolvimento de dermocosméticos, é um exemplo de empresa que vivencia a falta de matéria-prima e embalagens para a fabricação de seus produtos.
Este ano, em especial os insumos encomendados há mais de 90 dias, como: Aromatic Mandarim, Crotix (Tetraesterarato de pentaeritritil), entre outros ainda não chegaram.
São ativos “base” que servem para a formulação de diversos dermocosméticos e que sem esses componentes interrompem a cadeia da formulação do produto que vai alterar o hábito do consumidor final.
“São insumos que não podemos trabalhar com estoque alto porque têm um período de validade curto.
Por exemplo, temos produto que leva 32 matérias-primas diferentes, se falta um componente temos que retirar o produto de circulação.
Para evitar prejuízos e garantir as compras, temos que manter o alinhamento do setor de suprimentos com a área técnica da empresa para sermos assertivos das reais necessidades comerciais, já prevendo um prazo de entrega alto”, informa a diretora de marketing da Dermatus Claudia Souza.
Segundo o provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International, o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo — entram aí de cosméticos para cabelo e pele a perfumes e produtos para higiene bucal.
O país fica atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão (os dados são de um relatório de 2019).