Inadimplência cresce e atinge 5,76 milhões de MPEs

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O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian revelou que, dentre as 6,5 milhões de companhias inadimplentes em março, a maior parcela (5,76 milhões) era composta por micro e pequenos negócios (MPEs). Na relação anual, que compara março deste ano com o mesmo período do ano anterior, houve aumento de 4,5% na negativação dos empreendimentos desses portes. O segmento que estava mais presente na inadimplência de micro e pequenas empresas foi o de serviços, que representou 52,7% do total. Os negócios do comércio também tiveram uma participação significativa, equivalendo a 38,9% das MPEs negativadas. Em seguida, estava a indústria (7,8%) e a categoria demais (0,5%), que contempla empreendimentos primários, financeiros e do terceiro setor.

A análise regional mostrou que o Sudeste foi a região registrada com o maior número de MPEs inadimplentes (3.051.029). O Nordeste ficou em segundo lugar (966.236), seguido pelo Sul (937.695), Centro-Oeste (502.879) e Norte (307.391).

Ainda segundo a Serasa, mesmo com o desemprego mostrando sinais de recuperação, o nível de inadimplência dos brasileiros continua alto. O último Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas, divulgado em março, mostra que 70,71 milhões de pessoas estão nesta condição. O cenário traz uma reflexão importante neste 1º de Maio sobre os efeitos que as dificuldades financeiras trazem na vida do trabalhador.

De acordo com a pesquisa Impactos da Vida Financeira no Trabalho, 65% dos inadimplentes concordam que a situação financeira impacta diretamente na sua vida pr A pesquisa buscou entender, entre os consumidores, quais os sentimentos em relação ao futuro profissional. Para o grupo de pessoas em situação de negativação, a palavra “superação” foi a mais apontada (39%), enquanto o grupo que conseguiu renegociar dívidas elegeu o termo “motivação” (38%).

Entre os aspectos que as dificuldades financeiras mais impactaram na vida profissional, está o aumento do estresse no ambiente de trabalho (19%) e a redução de oportunidades de crescimento profissional (17%), os quais foram unânimes entre os dois públicos. Um segundo ponto apontado pelos inadimplentes foi o sentimento de medo constante de perder o emprego (13%).

O levantamento trouxe também um dado preocupante sobre informalidade: 76% dos entrevistados precisaram recorrer a um trabalho extra, os chamados “bicos”, para complementar a renda.

Mesmo com o alto nível de desemprego, de acordo com a pesquisa, o brasileiro segue otimista sobre o futuro profissional: 49% dos consumidores disseram estar esperançosos e têm melhores perspectivas em relação ao mercado de trabalho. Sobre as metas pessoais que desejam alcançar a partir da vida profissional, quitar as dívidas continua sendo o maior objetivo para os dois públicos, principalmente entre os inadimplentes (57%).

Perguntados se irão conseguir pagar suas contas em dia a partir de agora, 65% do grupo que renegociou dívidas respondeu que sim, enquanto 29% afirmam não ter certeza e 6% não acreditam que isso seja possível. Entre os negativados, 51% estão confiantes em manter suas contas em dia, 38% não têm certeza e 11% acreditam não conseguir arcar com as despesas.