Brasília dá o tom

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No Brasil, hoje o cenário se desenha desafiador, influenciado pelo pessimismo global e pela desvalorização das commodities. Além disso, as recentes movimentações políticas em Brasília têm intensificado as tensões, especialmente após a autorização de R$ 14,5 bilhões em emendas parlamentares, visando as eleições municipais. O impacto dessa liberação de recursos no apoio dos parlamentares permanece incerto, particularmente diante da apresentação de um pedido de impeachment contra o presidente Lula, motivado por suas controversas declarações sobre Israel, que já acumulou 139 assinaturas. Embora seja improvável que o pedido prospere, ele eleva o custo político para o governo, já tensionado pela postura do presidente da Câmara, Arthur Lira, em relação ao caso. As manifestações recentes em apoio ao ex-presidente Bolsonaro apenas complicam o ambiente para o governo.
No âmbito econômico, a semana reserva divulgações importantes, como o Produto Interno Bruto (PIB) na sexta-feira e a prévia da inflação oficial, o IPCA-15, previsto para amanhã. Este último é de particular interesse, esperando-se uma aceleração para 0,82% em fevereiro, após um aumento de 0,31% em janeiro, impulsionado pelo reajuste de mensalidades escolares e os efeitos da nova alíquota do ICMS sobre combustíveis. Embora uma inflação acima do esperado não deva alterar imediatamente a trajetória dos cortes de juros nas próximas reuniões do Banco Central, pode ajustar as expectativas para o ritmo de redução da taxa Selic no segundo semestre, além de influenciar a projeção para a taxa final. Esse cenário poderia impactar negativamente os ativos de risco no mercado.