Virada digital imposta pela pandemia faz crescer o volume de golpes na web, e se manter protegido é fundamental.
Enquanto você lê essa frase, alguém no Brasil pode estar sofrendo algum golpe financeiro digital: uma empresa de segurança detectou no país uma média de 17 mil fraudes por dia nos dois primeiros meses do ano, o que corresponde a um caso a cada 11 minutos.
Desde que a web é a web, os fraudadores agem das formas mais criativas possíveis.
Com o mundo de cabeça para baixo por causa da pandemia, o campo ficou ainda mais fértil.
A virada digital foi rápida e traumática. Idosos que só usavam a internet para navegar em redes sociais tiveram que aprender a usar aplicativos de bancos e a fazer compras em sites.
Crianças foram retiradas do convívio social da sala de aula e hoje se esforçam para manter a concentração por horas em frente a uma tela.
E milhões de pessoas montaram em casa sua estação de trabalho, misturando muitas vezes o acesso a dados confidenciais do empregador com o pedido no site do supermercado.
Foi como trocar os quatro pneus com o carro em alta velocidade.
Entre especialistas, é consenso que as transformações são positivas e que demorariam amos para acontecer.
A pandemia foi, portanto, um acelerador do futuro nesse sentido.
No entanto, a adoção de medidas de proteção, tanto por parte dos consumidores quanto das empresas, não teve a mesma agilidade.
Invasores querem dados
Comércio e bancos foram especialmente visados, já que por natureza detêm dados preciosos para os ladrões: números de cartões de crédito, biometrias e documentação dos clientes.
Os dois setores investiram em segurança e melhoraram a interface com o consumidor, mas ainda há muito a evoluir.
As empresas dos outros setores ainda engatinham.
Pesquisa da Microsoft mostrou que 70% das corporações da América Latina têm funcionários em home Office usando equipamentos pessoais, tornando dados confidenciais vulneráveis à espionagem industrial.
Enquanto isso, o consumidor, no olho do furacão, tenta se adaptar ao “novo normal”.
E, aos poucos, começa a se acostumar a desconfiar de promoções vantajosas demais, brindes bons demais, serviços eficientes demais.
Cuidados que as empresas devem tomar:
Notebook ou Nuvem?
Em vez de guardar dados de clientes em uma planilha, escolha armazená-los na nuvem.
Caso caiam em mãos erradas, para que o sistema seja alcançado será preciso dupla verificação, o que irá dificultar o acesso.
Lembre-se de que vazamentos offline também são responsabilidade da empresa (ou seja, se o computador for roubado e o ladrão conseguir informações de consumidores).
Organizou? Então apague!
Após organizar as informações dos clientes, apague das mensagens de WhatsApp, e-mail ou anotações em geral.
Treine sua equipe.
Oriente os funcionários quanto ao tratamento de dados e ao uso da tecnologia da empresa e do e-mail.
Sugira o uso de senhas fortes e troca frequentes delas.
Para se adequar á LGPD
Estabeleça um canal específico para tratamento de dados, pelo qual os clientes possam fazer pedidos ou questionamentos sobre suas informações pessoais.
Em caso de vazamentos, comunique à ANPD.
Contrate uma plataforma de pagamento
Jamais peça para o cliente compartilhar os dados do cartão por mensagem.
Use soluções seguras.
Antivírus e hospedagem
Preocupe-se também com a tecnologia.
Adquira um bom antivírus, não use programas piratas, faça atualização constante e dos sistemas e escolha uma hospedagem segura.
É possível contratar soluções completas por menos de R$ 2 mil mensais.