Perda de emprego formal é a ponta do iceberg na recessão do coronavírus

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O Ministério da Economia divulgou os primeiros números que mostram o impacto do isolamento social das atividades que não são essenciais no mercado de trabalho, durante a pandemia da Covid 19, com dados de março e abril.

Foram mais de 1 milhão de vagas perdidas em apenas dois meses, o pior resultado em todos os tempos do Caged, que acompanha as movimentações do emprego em todos os estados.

Nessa pandemia que afetou mais diretamente trabalhadores por contra própria e sem carteira assinada, com o fechamento do comércio e a restrição de mobilidade, esses trabalhadores demitidos com carteira teriam, pelo menos, a renda do seguro-desemprego para se manter.

Mas nem todo mundo está conseguindo receber.

Os requerimentos somente pela internet estão deixando pelo menos 250 mil pedidos represados, segundo o governo, já que os escritórios do Sine estão fechados na maioria dos estados.

 Como o acesso à internet é desigual no Brasil, com um universo de excluídos, é um direito relativo.

Além disso, as regras para ter direito ao recurso deixa, de fora recém-contratados. Para a primeira solicitação, é preciso ter trabalhado pelo menos um ano num período de 18 meses antes de fazer o requerimento.

São exatamente esses os primeiros a serem demitidos numa crise, normalmente também são os mais jovens.

O Caged ainda não mostrou a desagregação por idade, mas a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, que só captou o início da quarentena, já constatou alta da taxa de desemprego entre pessoas de 18 a 24 anos de 23,8% para 27,1%, subida muito maior que nas outras faixas etárias.

São jovens que vão encontrar um mundo do trabalho ainda mais inóspito do que já é normalmente para essa população.

E ainda estamos só no começo do controle da pandemia. Números piores ainda virão…