Recuperação judicial de gigante do café expõe crise no setor e grandes credores

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A cadeia produtiva do café enfrenta o desafio da alta das cotações

O pedido de recuperação judicial do Grupo Montesanto Tavares e de suas empresas controladas Atlântica e Cafebras, revelado na última semana, expôs os impactos da escalada dos preços globais do café no setor no Brasil e uma lista de credores que inclui de grandes bancos a tradings globais.

A crise financeira que afeta um dos maiores exportadores de café do país, com sede em Belo Horizonte, aconteceu, segundo a petição do grupo, em razão de dificuldades em realizar a gestão financeira adequada diante do aumento sem precedentes – de 200% – das cotações internacionais.

A recuperação judicial, se aceita pela Justiça, deixará um rastro de prejuízos potenciais a alguns dos maiores bancos do país, de acordo com a lista de credores apresentada na petição. O grupo declarou dívidas de R$ 2,13 bilhões, mas o valor da causa é apontado em R$ 4,968 bilhões.

O Banco do Brasil aparece como a instituição financeira com mais créditos a receber, com estimados R$ 828 milhões, valor aproximado que considera dívidas em dólares e em reais. Entre empresas não financeiras, a trading global Cargill aparece com R$ 104,2 milhões em créditos a receber.

(Patricia Monteiro/Bloomberg)