Com alto desemprego, revendedores já são 4 milhões no país.
Com a taxa de desemprego em patamares recordes – bateu 14,3% no trimestre encerrado em outubro – o número de revendedores no setor de venda direta cresce dois dígitos ao mês desde junho, sempre ante igual mês de 2019.
O pico foi em julho, com alta de 24%, mas seguiu com força, tendo subido 11% em outubro. São 4 milhões de pessoas na atividade, segundo a Abevd, associação que reúne as empresas do segmento.
O mercado de venda direta tende a crescer em períodos de crise econômica. A atual, contudo, tem um desenho atípico, explica Bruno Ottoni, pesquisador do IDados.
Em razão das medidas restritas adotadas nos primeiros meses de pandemia, muitas pessoas perderam o emprego e saíram do mercado:
– Esse movimento na venda direta casa com a volta dessas pessoas ao mercado em busca de trabalho, com a reabertura da economia.
É um movimento crescente de junho para cá, num esforço de encontrar uma maneira de gerar receita. Faz crescer os que trabalham por conta própria.
Essa mudança traz um novo perfil de revendedores, mais e mais digitalizados. Quase metade (48%) dessa rede no país tem entre 18 e 29 anos, e 58% são mulheres.