Aproximadamente 84% dos proprietários de pequenos negócios optam pelo WhatsApp para vender e divulgar seus produtos.
O aplicativo é a plataforma mais usada para empreender durante a pandemia, segundo levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) junto com a FGV (Fundação Getulio Vargas).
Especialista em marketing afirma que quem não utiliza a ferramenta virtual perde a chance de aumentar o faturamento.
Regiane Balestra Vieira, doutora em administração de empresas e professora de gestão de marketing na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), comenta que na era da economia digital é indispensável manter uma relação direta com o consumidor.
‘A maior vantagem de utilizar canais tecnológicos é estabelecer uma relação mais rápida e personalizada com o cliente, mesmo com pouco investimento.’
Renata Dias, 27 anos, de Santo André, ficou desempregada durante a pandemia e viu na internet a oportunidade de empreender vendendo doces e entregando caixas de aniversário em domicílio.
‘As redes sociais são minhas ferramentas de trabalho.
Deixo o link do meu WhatsApp Business no perfil do Instagram.
Apenas com um clique, o cliente tem acesso a orçamentos, fotos e outros detalhes.’
Para ela, o segredo é manter a constância em ambos os canais.
‘Faço publicações diárias com imagens atrativas e atualizações sobre os produtos.
O WhatsApp facilita muito a minha vida porque há a vantagem de deixar tudo registrado nos catálogos’, aponta.
A 13ª edição da pesquisa O Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, de dezembro de 2021, feita pelo Sebrae e pela FGV, informa que as outras plataformas digitais mais utilizadas para vendas são Instagram (51%) e Facebook (42%).
SEGMENTOS AFETADOS
A crise e o isolamento físico derrubaram as vendas de diversos setores.
O estudo indica que o faturamento para quem atua na chamada ‘economia criativa’ foi o mais afetado, com 45%.
Em eguida vêm os segmentos de beleza e turismo, ambos com 42%.
Thayse Furquim, 33, de Santo André, usa o WhatsApp há seis anos como ponto central de vendas de cosméticos e doces.
A lista de transmissão, disponibilizada pelo aplicativo, é a ferramenta mais utilizada por ela para divulgar os materiais ao maior número de pessoas.
‘Nessa plataforma, minha rede de contatos cresce. Eu envio a eles imagens, descrição dos produtos e mensagens incentivando a compra’, explica.
O WhatsApp Business, voltado especialmente para negócios, é utilizado por 61% dos pequenos comerciantes. Mesmo assim, alguns ainda optam por misturar o trabalho ao número pessoal.
‘A correria do dia a dia me impediu de pesquisar mais sobre essa opção. Como eu sempre usei o tradicional, acabei me acostumando com ele mesmo’, afirma Thayse.
A especialista em marketing Regiane Balestra recomenda deixar de lado o número pessoal para empreender.
‘Não ter o Business é uma forma de perder a oportunidade de aumentar as vendas’, afirma.
A versão comercial do aplicativo permite fixar informações de horário, imagens e preços, o uso de carrinhos de compras, criação de QR Code e mensagens automáticas de saudação e ausência etc.
‘O aplicativo aprimorou sua plataforma em prol da comercialização. Essas funcionalidades oferecem informações de credibilidade sobre o serviço e facilitam o engajamento e a experiência do cliente.’
INTERATIVIDADE
Regiane ressalta que é necessário segmentar o grupo de clientes e entender qual o perfil que cada marca mais atende.
Segundo ela, o foco é vender mais para a mesma pessoa e a gestão das redes sociais é um dos fatores determinantes para o sucesso do negócio.
‘O canal precisa ser interativo. A pessoa deseja ser atendida rapidamente.’ A especialista afirma que o WhatsApp é uma plataforma de expectativas.
Por isso, deve-se focar no gerenciamento e manutenção da relação com o consumidor.
‘É preciso estar atento, porque existe o risco de perder o cliente caso não dê uma resposta que corresponda ao que ele espera, no tempo que espera’, ensina.
Fonte: Diário do Grande ABC ONLINE