Consumo de produtos de higiene aumentou na pandemia. São 8,5 duchas por semana, contra 6,5 nos EUA. Média é o dobro da mundial nos cuidados bucais.
O brasileiro ficou mais cuidados com as questões de higiene na pandemia, com o banho, por exemplo.
O setor de higiene e cuidados pessoais atravessou a pandemia sem crise.
Em 2020, as vendas da indústria cresceram 5,8%, de acordo com dados da Abihpec. No primeiro semestre deste ano, houve nova alta, de 4%.
Em vários países, as compras de itens como sabonete e álcool em gel aumentaram com a pandemia da Covid-19, com o crescimento dos cuidados com higiene para evitar a transmissão do vírus.
No entanto, no Brasil, a pandemia só intensificou um traço cultural do país: a maior preocupação com limpeza e cuidados pessoais aqui em relação a outros lugares.
Banho do brasileiro
Números da Procter&Gamble, dona de marcas como Pampers e Oral B, comprovam essa diferença.
O brasileiro toma banho em média 8,5 vezes por semana. Entre os americanos, esse número é de 6,5 vezes.
No quesito uso de desodorante, a distância entre os brasileiros e os americanos é ainda maior: aqui, usa-se em média duas vezes por dia. Nos Estados Unidos, é 1,2 vez.
O brasileiro também é mais assíduo na higiene bucal. Escova-se os dentes três vezes por dia no Brasil, o dobro da média global. E, na pandemia, houve avanço de vendas de produtos nessa categoria no Brasil:
“Com o uso das máscaras, as pessoas tiveram maior consciência do seu próprio hálito e passaram a cuidar mais da higiene bucal”, explicou, a presidente da Procter & Gamble (P&G) no Brasil, Juliana Azevedo.
Isolamento social
Outra curiosidade nos hábitos de consumo do brasileiro é que, durante a pandemia, não houve queda nas vendas de lâminas de barbear no Brasil. Na Colômbia e no México, de acordo com dados da P&G, houve contração neste segmento.
“Com o isolamento social provocado pela pandemia, muitos homens pararam de se barbear e as mulheres não raspavam as pernas porque não saíam de casa”, contou Juliana.
Itens de beleza
Os números da P&G mostram que as brasileiras são também mais engajadas com produtos de beleza.
Por aqui, 85% das mulheres acreditam que podem ficar mais bonitas, ter um cabelo, pele e corpo melhor se fizerem algum esforço pessoal ou comprarem um produto.
Já entre as americanas, esse índice cai para 35%.
“O brasileiro é um povo muito limpo. Os dados mostram isso. São traços da nossa cultura e da nossa sociedade que se acentuaram na pandemia”, resumiu a executiva.