Se concretizado, negócio elevaria empresa brasileira ao posto de maior companhia de venda direta do mundo. Operação pode ser porta de entrada para mercado americano.
A Natura prepara uma nova oferta para comprar a Avon. A empresa de cosméticos brasileira confirmou que negocia a aquisição da rival e que as negociações incluiriam tanto a unidade da Avon na America do Norte, de capital fechado e que reúne operações em estados Unidos, Canadá e Porto Rico, como também a empresa listada em Bolsa, com sede em Londres, que opera em outras partes do mundo.
A compra da Avon elevaria a Natura ao posto de maior empresa de venda direta do mundo, lugar hoje ocupado pela concorrente. Também seria uma porta de entrada para o mercado norte-americano. Ainda assim, a notícia não agradou ao mercado. As ações da Natura caíram 7,78% na B3 (antiga Bovespa).
Caso a operação seja concretizada, ela ocorrerá três anos após a Avon ter dividido suas operações em duas diferentes unidades. Em 2016, a empresa vendeu 80% de suas operações nos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico para a empresa de private equity Cerberus Capital, por U$ 605 milhões. Desde então, vendeu vários ativos. O objetivo era se concentrar no mercado internacional, com foco em países onde a venda direta ainda é forte, como Brasil. O outro braço da Avon, de capital aberto, teve sua sede transferida para Londres.
A indústria da beleza está sob forte pressão nos últimos anos, com os hábitos dos consumidores mudando rapidamente, e novas empresas, de star-ups a marcas sul-coreanas, ampliando a concorrência no setor. Enquanto a francesa L’Oréal e a americana Estée Lauder , duas das maiores empresas do segmento, foram bem-sucedidas em adquirir rivais menores e atrair um público mais jovem, a Avon não foi tão eficaz em sua estratégia.