Rota de fuga – empresas apostam em operação no exterior para crescer. Em 3 anos, subsidiárias aumentaram 47%

Você está visualizando atualmente Rota de fuga – empresas apostam em operação no exterior para crescer. Em 3 anos, subsidiárias aumentaram 47%

Empresas apostam em operação no exterior para crescer. Em 3 anos, subsidiárias aumentaram 47%.

A crise econômica dos últimos anos e a instabilidade política têm feito empresas brasileiras apostarem mais em oportunidades fora do país. Segundo levantamento inédito da FGV, o número de subsidiárias – operações no exterior ligadas a companhias nacionais – cresceu 47% entre 2015 e 2018, para 1.740. A estratégia vale para todos os segmentos, de indústrias químicas a grifes de moda, passando por restaurantes e academias. Entre os principais destinos estão Portugal, França, Estados Unidos e Argentina.  Para especialistas, é uma oportunidade de aumentar a integração do Brasil à economia global. Segundo Maria Tereza Fleury da FGV de SP, existem muitos benefícios para a economia nacional nesse processo:

– A busca de mercados (na crise) é um grande motivo, mas, hoje, o objetivo é também desenvolver novas capacidades e inovar – afirma ela.

Outro levantamento feito Fundação Dom Cabral mostra que 8.500 companhias nacionais de médio porte já têm operação no exterior. A procura por novos mercados segue os passos de quase todas as grandes empresas brasileiras. Nos últimos dois anos, 80% das multinacionais ampliaram suas operações lá fora. Na avaliação de Lívia Barakat da FDC, a dificuldade de crescer no Brasil explica o fenômeno.

– As grandes empresas crescem no Brasil e só depois vão para o exterior. Com as médias, há uma inversão. Elas tratam de forma igual a busca por oportunidades tanto no país quanto lá fora.

A recessão dos últimos anos e o contexto político-econômico afetaram o crescimento das companhias.

Para Paulo Sardinha, presidente da ABRH-RJ, a estratégia é escapar da crise brasileira. A busca por uma expansão, no entanto, exige cuidado e planejamento:

– Ir para o exterior exige muito estudo de mercado, assim como a busca de parceiros locais.

Diego Bonomo, da CNI, acredita que a exploração de novas fronteiras deve continuar. Isso porque o número de empresas exportadoras cresceu 8,3% entre 2015 e 2017, para 25.057. Vender para o exterior costuma ser o primeiro passo de quem se internacionaliza.

-Nosso trabalho é para que a internacionalização seja parte integrante da estratégia da empresa, não válvula de escape – explica.