Cargas paradas nos portos há quase três meses.
Navios sem espaço para desembarcar mercadorias.
A operação-padrão dos auditores da Receita Federal tem travado a importação de insumos e prejudicado a produção de itens que vão do pão ao sabão em pó.
Levantamento do Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimento (IBCI) mostra que o movimento elevou de cinco para 20 dias o prazo médio para desembaraço de cargas importadas via portos e aeroportos.
Os dados estão em carta a ser encaminhada hoje ao ministro da Economia, Paulo Guedes, obtida pelo Estadão/Broadcast .
Apoiado por multinacionais como Nestlé (alimentos e bebidas) e Unilever (alimentos e produtos de higiene), o documento pede que a situação seja tratada “com a devida seriedade” e resolvida para evitar um “efeito dominó” na economia.
Também assinam a carta empresas como General Mills (alimentos), Dow (químicos) e Sylvamo (papel) e entidades de setores que incluem higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (Abihpec), café solúvel (Abics) e limpeza (Abipla).
“Todo o setor de comércio internacional está de mãos atadas.
Nossa intenção com a carta é trazer para o ministro uma situação que afeta todos os setores, fábricas e plantas, e que pedimos que seja resolvida da forma mais breve possível”, disse o coordenador do instituto, Leandro Barcellos.
Desde o fim do ano, servidores do Fisco fazem paralisações e seguram cargas para pressionar o governo a recompor o orçamento do órgão e regulamentar um bônus de eficiência.
O movimento teve início após o presidente Jair Bolsonaro prometer reajustar o salário de policiais federais, o que desencadeou também protestos de outras categorias.