O tabelamento do frete rodoviário, instituído pelo governo brasileiro para atender caminhoneiros após a histórica paralisação de maio, já está impactando os preços dos alimentos, que ficarão ainda mais caros, caso a medida não seja revista, afirmaram associações do setor do agronegócio e de transporte.
Aqueles que precisam contratar fretes estão impedidos de negociar preços, o que eleva custos de toda a cadeia produtiva, dos fertilizantes, grãos e carnes, na medida em que os insumos ficam mais caros, segundo a Abiove.
As associações ainda alertam para o risco de redução da produção de alimentos nas áreas mais distantes dos grandes centros, o que terá um efeito também sofre a oferta e nas cotações dos produtos. “Outros produtos também ficarão mais caros, como a gasolina e o diesel. O aumento dos preços dos combustíveis impactará os custos de produtos… Ou seja, teremos mais inflação”, afirmaram as entidades, que dizem que empregos serão perdidos.
O Congresso aprovou no início do mês medida provisória assinada pelo presidente Michel Temer que cria políticas de preços mínimos para frete rodoviário. Para virar lei, a medida precisa de sanção de Temer.
As entidades lembram que o “Brasil já teve experiência trágica com controle de preços e da livre competição pelo governo”, e destacaram que o Executivo e o Legislativo fracassaram em evitar que o País recaísse nessas mesmas práticas. “Cabe agora ao Judiciário evitar o retrocesso”, pedem.