Segundo o CEO da Unilever, Alan Jope, em entrevista à Reuters, os padrões de consumo global devem continuar baixos no primeiro semestre deste ano, mesmo com os negócios voltando ao normal no Leste Asiático e com os mercados da África e da América Latina mostrando resiliência.
“Ainda acreditamos que o primeiro semestre deste ano será um período contínuo de consumo reprimido, que só deve começar a normalizar entre o segundo semestre deste ano e o próximo ano”, disse Alan Jope.
A empresa fabricante do sabonete Dove, da maionese Hellmann e do shampoo Tresemme retirou sua meta de crescimento anual de vendas em abril e de acordo com Jope, ainda há receios de fazer qualquer previsão devido à pandemia de Covid-19.
No entanto, segundo o executivo, a empresa deve registrar um crescimento acima da média do mercado e não há expectativa de impacto nas margens no curto prazo. “Não esperamos grandes contratempos em nossas margens, mas não quero me aprofundar em números até que as coisas se estabilizem um pouco globalmente”, disse ele.
A pandemia impulsionou as vendas de alimentos embalados para empresas como Unilever, Nestlé e Kraft Heinz, embora a Unilever tenha sido prejudicada pelas quedas acentuadas nos alimentos servidos em locais públicos, como praias e restaurantes.
Ainda assim, houve sinais de progresso e, de acordo com Jope, os negócios voltaram ao normal no Leste Asiático, principalmente em Cingapura e na China, e apesar do aumento nos casos de Covid-19, a África e a América Latina estão mostrando forte resiliência ao consumo.
O CEO também disse que a empresa continua se concentrando na reformulação de seu portfólio, mas que os investidores não devem se apegar em quaisquer alienações significativas na divisão de beleza e cuidados pessoais. E acrescentou que pode haver algumas mudanças em relação às pequenas marcas em beleza e cuidados pessoais, mas elas terão um impacto mínimo.