Criador do Orkut planeja nova rede social e quer evitar “armadilha do engajamento”

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Orkut Buÿükkökten diz que redes vigentes resultam em ansiedade, raiva e solidão e que o objetivo de nova plataforma será reforçar conexão de verdade entre pessoas.

Orkut é um nome que remete à nostalgia para millennials brasileiros.

Foi uma das primeiras redes sociais nos anos 2000, criada pelo engenheiro de software turco Orkut Büyükkökten. O Orkut permitia que os usuários criassem perfis pessoais, se conectassem com amigos, participassem de comunidades e compartilhassem conteúdo como fotos e mensagens.

Mas, com o crescimento do Facebook e outras plataformas de mídia social, como o MySpace, o Orkut perdeu sua relevância global e, em 2014, o Google, então empresa-mãe do Orkut, anunciou que iria encerrar a rede social devido à falta de popularidade e à competição com outras plataformas. Mais tarde, esse espaço foi dominado por redes como Instagram, Twitter e Snap, além do TikTok, entre outras.

Mas seu criador de sobrenome homônimo agora promete uma nova rede social para restaurar o conceito de conexão online e interação social na internet. O nome ainda não é revelado.

Em entrevista à Bloomberg Línea, Büyükkökten disse que a atual dinâmica das redes sociais tem se concentrado mais em engajamento do que na construção de conexões verdadeiras entre os usuários. Para ele, os algoritmos são direcionados para gerar engajamento e maximizar receitas publicitárias, muitas vezes resultando em conteúdo que, em vez de agregar, promove polarização e discórdia.

 “Se você observar como as plataformas de mídia social usaram IA [Inteligência Artificial] e machine learning [aprendizado de máquina], verá que a ênfase tem sido na geração de engajamento, porque, quanto mais engajamento você tem, mais anunciantes e mais receita você terá.”

 “Como resultado disso, os algoritmos não foram otimizados para unir as pessoas. Eles têm se concentrado em melhorar o engajamento. Nós nos esforçamos para ganhar popularidade online porque queremos atrair o máximo de atenção. O que atrai mais atenção é o conteúdo que desencadeia emoções e, principalmente, raiva”, disse Büyükkökten.

“Por isso que temos tanto conteúdo de ódio e raiva, porque esse é o tipo de conteúdo que é mais compartilhado e que aumenta o engajamento”, explicou sobre o modelo das redes.Ao refletir sobre a influência da IA nas redes sociais, Büyükkökten ressaltou a necessidade de utilizar essa tecnologia para promover uma sociedade mais saudável. Segundo ele, sua nova plataforma terá foco em comunidade, positividade e conexão, para reunir as pessoas de maneira significativa.

(Bloomberg Línea)