Projeções da Datagro indicam queda no abate de animais em 2025 e 2026, o que deve pressionar os preços de cortes de carne bovina, como a picanha.
A disponibilidade de gado no Brasil começará a diminuir no ano que vem, aumentando o custo da produção de carne bovina no país e restringindo ainda mais a oferta global de carne vermelha.
Espera-se que o abate de animais caia 4,6% no próximo ano e 7,5% em 2026, encerrando anos de expansão, disse o analista da empresa de consultoria Datagro, João Otavio Figueiredo, durante uma conferência em São Paulo.
Os preços domésticos do gado caíram para a menor média anual desde 2020, desencorajando a expansão do rebanho.
A redução do rebanho bovino brasileiro ocorre no momento em que a produção de carne bovina já está limitada por uma grave escassez de animais para abate nos Estados Unidos, o que corroeu os lucros de processadores como a Tyson Foods e a Cargill.
Essa é uma notícia indesejável para a JBS (JBSS3), a Marfrig (MRFG3) e a Minerva (BEEF3), que dependem do gado brasileiro para uma parte considerável de sua produção de carne bovina.
Espera-se que o Brasil exporte 3,3 milhões de toneladas de carne bovina este ano, representando cerca de um quarto do total das exportações globais, de acordo com uma projeção do Departamento de Agricultura dos EUA.